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terça-feira, 8 de maio de 2007

2º DIA

Pensadores da Comunicação debatem as idéias de Freire e Beltrão


por Francisco Lima

No segundo dia de Celacom, a mesa do Colóquio 2 expôs trabalhos referentes ao Pensamento Comunicacional Latino Americano, mais especificamente abordou-se as idéias pioneiras de Luiz Betrão e Paulo Freire. Para essa apresentação estiveram presentes Ana Carolina Temer, Valério Brittos, Antônio Hohfeldt e José Marques de Melo.

ANA TEMER

Logo ao início da apresentação de Ana Temer, da Universidade Federal de Goiânia, a frase de Jorge Gonzaléz: “O mundo não é organizado, mas organizável” explica o seu trabalho “Apontamentos sobre o jornalismo na televisão”. Nesse trabalho, ela observa uma diferença entre o gênero no telejornalismo e no jornalismo impresso, apontando o telejornalismo como um gênero televisivo pela sua inserção na programação – basicamente de entretenimento. A necessidade de distinção explica a existência dos gêneros na classificação e organização de tipos.

Nesse sentido, ela aponta uma contradição no jornalismo para TV, pelo choque entre seu cunho sócio educativo com a sua natureza de espetáculo. O jornalismo enquanto gênero televisivo é visto também como entretenimento. Para sustentar-se o jornalismo precisa vender-se; se ninguém vê, não existe. Em sua apresentação, Tamer justifica a vigência desse formato pela credibilidade construída ao logo de toda história do telejornalismo brasileiro. Ela ainda afirma, que foi a partir dele que analfabetos e pessoas sem acesso ao jornal impresso foram incluídas no processo midiático.

VALÉRIO BRITTOS

Valério Brittos, de maneira mais abrangente, apresentou a “Midiatização, Educação e direito no capitalismo contemporâneo”. Em um primeiro momento ele afirmou a necessidade de se levar em consideração o capitalismo na análise da comunicação. Quanto mais ele avança, maior é a centralidade na comunicação – maior é a verticalização. Por isso é necessária a produção de alternativas para a essa mídia massiva e alienante.

Como obstáculos nesse processo, Brittos aponta a dificuldade de publitização, ou seja, a grande quantidade de filtros que atravancam a produção de sentidos; e as precárias condições de educação, que permitem que os cidadãos sejam mais suscetíveis a alienação.
Também, a midiatização precária contribui nesse processo. Segundo o professor da Unisinos, é necessária uma midiatização mais plena, em que a informação deixe de ser superficial. Em sua opinião, falta um debate da mídia pela própria mídia.

ANTÔNIO HOHLFELDT

De forma complementar a apresentação de Brittos, Antônio Hohlfeldt foi mais específico no que diz respeito aos teóricos em questão: Freire e Beltrão. Apresentou os contextos histórico-culturais semelhantes aos quais esses pensadores estiveram inseridos durante suas vidas, e fez a relação de seus pensamentos, apontando a continuidade e complementação de suas teorias.

Ambos analisam a comunicação de maneira horizontal, onde não há um elemento superior, mas sim, dois sujeitos em pé de igualdade, que trocam experiências. Freire limitava-se a comunicação interpessoal, Beltrão partiu pra comunicação mais grupal, ou massiva. Por isso a complementação entre esses pensadores. Mesmo trabalhando separados, foram coerentes um com o outro em seus pensamentos a respeito da comunicação.

JOSÉ MARQUES DE MELO

Por fim, José Marques de Melo, que foi aluno de Luiz Beltrão e colega de Paulo Freire, encerrou a abordagem sobre o pensamento desses teóricos da comunicação, afirmando sua importância para a comunicação hoje. Em uma fala atraente, contou sobre a influência que sua vida profissional teve devido a Freire e Beltrão, afirmando com entusiasmo: “são pensadores que precisam ser retomados, porque mostram como buscar alternativas para democratizar a comunicação”.

2º DIA

Segundo dia do Celacom é marcado por grandes nomes de comunicadores do Brasil

por Rebeca Recuero

A manhã de terça-feira do XI Colóquio Internacional sobre a Escola Latino Americana de Comunicação (CELACOM) inicou às 9h da manhã com a segunda mesa redonda denominada de “Gêneros Midiáticos: formatos impressos e audiovisuais”, coordenada pelo professor da Pontífice Universidade Católica de Porto Alegre (PUCRS), António Hohlfeldt.

A mesa foi marcada por uma discussão referente a estes formatos jornalísticos que envolvem tanto o meio televisivo, como o meio impresso. Ela foi aberta pelo professor da Universidade Federal de Natal (UFRN), José Carlos Arochi que iniciou falando sobre os gêneros e formatos na televisão. Logo depois, a professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Ana Regina Barros Rêgo Leal, falou sobre os gêneros no jornal impresso.

A segunda mesa redonda do CELACOM também teve como expositora, a professora da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Najara Ferrari Pinheiro, que abordou o tema dos gêneros e formatos na construção de produtos midiáticos. Por fim, ela foi concluída pela professora da Universidade do Vale do Sinos (UNISINOS), Elizabeth Bastos Duarte, que expôs ao público uma visão dos gêneros atuantes na forma de controle dos sentidos.

Pela tarde, o CELACOM centrou-se no campus I da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), onde foram apresentados diversos trabalhos oriundos de iniciação científica e pesquisas acadêmicas produzidas pelos pesquisadores em comunicação social.

Pela noite, o congresso teve a participação do músico Marquinhos Brasil que ofereceu um repertório que alegrou a noite dos congressistas e palestrantes.
A finalização do dia ocorreu com o segundo colóquio do CELACOM que teve como tema o “Pensamento Comunicacional Latino-americano: As ideias pioneiras de Luiz Beltrão e Paulo Freire”, sob a coordenação do professor da UNISINOS, Pedro Gilberto Gomes. O colóquio contou com a participação dos expositores Valério Brito (professor da UNISINOS), Ana Carolina Temer (Universidade Federal de Goiânia) e António Hohlfeldt (PUCRS).

2º DIA - GT's

Pesquisas acadêmicas estão em ênfase no Celacom 2007

por Rebeca Recuero

O XI Colóquio Internacional sobre a Escola Latino Americana de Comunicação (CELACOM) pôde contar com um grande número de participantes dos Grupos temáticos (GT’s) nesta tarde de terça-feira (segundo dia do congresso).

Os grupos temáticos foram divididos em quatro salas onde diversos alunos de graduação, pós-graduação e pesquisadores puderam compartilhar idéias e colocar questões referentes à atualidade do jornalismo em pauta.

Dentro do Grupo temático 4, denominado de “Géneros Comunicacionais: Formatos e Tipos Latino-Americanos”, tivemos as pesquisas de iniciação científica dos alunos de Jornalismo da Escola de Comunicação Social (ECOS) da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Rafael Varela e Rebeca Recuero. Ambos apresentaram trabalhos com o tema central voltado ao estudo das redes sociais sob a orientação da professora da ECOS, Raquel Recuero.

Dentro do GT 4, tiveram mais 10 pós-graduandos e pesquisadores já formados apresentando trabalhos de pesquisas acadêmicas envolvendo temas desde “a moda dos blogs e a sua influência na cibercultura" (apresentado pela mestranda da Universidade do Tuitui do Paraná, Aletéia Ferreira Vasconcellos), ao “gênero como mediação entre produtores, texto e consumidores de programas de televisão” (apresentado pelo professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Fernando Arteche Hamilton).

Devido ao grande número de participantes inscritos no GT 4, o grupo foi dividido em duas salas, das quais tiveram a coordenação de dois professores da ECOS da UCPel, Carlos Recuero e Fábio Cruz. Os outros GT’s também tiveram a expectativa superada pela grande participação do público participante do CELACOM.

2º DIA - MESA REDONDA 2

Café da manhã com muitas idéias nessa terça-feira
Mesa Redonda 2 propõe importantes reflexões sobre generos midiáticos

por Fabiana Caldas

Apesar dos 40 minutos de atraso, o debate da manhã de hoje apresentou novas idéias no campo dos gêneros midiáticos nos formatos impressos e audiovisuais. A mesa sob a coordenação de Antônio Hohfeldt (PUC/RS) contou com a presença dos expositores José Carlos Aronchi (UFRN - Natal), Ana Regina Barro Rêgo Leal (UFPI - Teresina), Najara Ferrari Pinheiro (UCS - Caxias do Sul) e Elizabeth Bastos Duarte (UFSM - Santa Maria).

A partir do ponto de vista da produção, Aronchi se deteve à mídia televisiva, suas funções e anseios. Apresentou a necessidade de adequar o gênero ao formato (vice-versa) e ambos a grade de horários, programação. Os bastidores ganharam destaque, apontados como parte fundamental da mensagem que se deseja transmitir. “O jornalista que só pensa naquilo (informação) é diferente do produtor, que precisa pensar em tudo”, disse ele em tom divertido.

A segunda palestrante da manhã, Ana Regina, aprofundou-se nos gêneros impressos, através de uma análise dos diversos autores e suas respectivas classificações do texto jornalístico e de um estudo de discurso de alguns importantes jornais e revistas nacionais. A expositora falou ainda da dificuldade de conciliar a produção de informação com as estratégicas mercadológicas, que muitas vezes obrigam os jornalistas a fazerem certas concessões. “O interesse público é diferente do interesse do público”, problematizou ela com seu sotaque do norte do país.

Já a gaúcha da área das Letras, Najara Pinheiro, desconstruiu o texto televisivo no universo feminino e apontou a importância da linguagem verbal e não-verbal na TV. Essa diferenciação assume o tom da mensagem que a emissora quer passar.

E por fim, a semioticista Elizabeth Duarte buscou uma maior aproximação dos gêneros com o mercado. “Gêneros além de guias de produção, são também guias de leitura e uma forma de controle dos sentidos”, explicou ela. O merchandising ganhou espaço na explanação, uma vez que segundo ela, já faz parte da estrutura narrativa dos programas, bem como todas as questões que seguem as lógicas de mercado. “A TV funda seus próprios gêneros, de acordo com as audiências”, completou.

LANÇAMENTO

José Carlos Aronchi de Souza lança hoje às 18h os livros “Gêneros e formatos na televisão brasileira” e “Seja o primeiro a saber – a CNN e a globalização da informação”. O lançamento acontece no saguão do auditório central da UCPel. As obras serão distribuídas pela Livraria UCPel – Educat.