quarta-feira, 9 de maio de 2007

3º DIA

As idéias inovadoras do argentino Eliseo Verón
No último dia de Celacom o teórico fala sobre as suas teorias comunicacionais

por Nathalia King

Com a frase "me sinto muito bem no Brasil", Eliseo Verón, iniciou sua trajetória de sucesso no Celacom 2007. No último dia de exposições, logo após as apresentações de professores e teóricos da comunicação discutindo o tema "Pensamento Comunicacional Latino-americano: as idéias inovadoras de Eliseo Verón", o próprio encerrou o colóquio dando a sua palavra.

Antes de tudo, elogiou Antônio Heberlê, o famoso Toninho, que foi um dos organizadores do evento. "Sempre que as coisas estavam no lugar, ele sumia, mas quando surgia algum problema, lá estava ele", disse Verón em tom de brincadeira.

O pesquisador iniciou falando sobre alguns de seus trabalhos, inclusive na rede do jornal argentino Clarín, que possui também outros produtos, como revistas. Ele afirma que o pensamento dos engenheiros está relacionado diretamente com o pensamento dos comunicadores, pois, atualmente, entramos em um novo paradigma da Comunicação, com um modelo mais matemático, com mensagens e ruídos.

Além disso, ele lançou a idéia de um novo caráter da comunicação não linear, onde a mensagem chega para a sociedade de uma maneira mais complexa nos lugares que possuem mais mídia. Assim, a produção busca uma convergência, o que, de acordo com Verón, tende a acentuar nos próximos 20 e 30 anos.

Ele divide a Comunicação em dois momentos, o Campo Conceitual, onde cita teóricos como Pierce, que pesa no abstrato; Culioli que ignora a língua e a fala, dando valor somente à linguagem, pois esta é um "sistema deformável e flexível"; e prevê uma articulação da teoria dos sistemas auto organizantes com a linguagem da enunciação e uma re-leitura do próprio Pierce.

O outro momento seria o Campo Eletrônico, o mais discutido atualmente no mundo. Aqui, indo de acordo com diversos teóricos que já estudamos em aula, o pesquisador diz que o Jornalismo Eletrônico é diferente do Jornalismo atual, o tempo real da TV está desaparecendo aos poucos e, que, a TV terá um fim próximo. Assustador, não? Sim, mas ele diz que estes são assuntos que ainda devem ser repensados, pois se necessita de muito mais trabalhos do que já existe hoje.

Por fim, Verón fala do desejo de abrir um Centro de Comunicação e Semiótica no Nordeste, mais precisamente no Estado de Alagoas com o objetivo de reflexão, pesquisa e formação. Pois, de acordo com ele, as universidades estão em inércia atualmente e assim não é possível inovar. "Precisamos de instituições autônomas, a evolução exige pensamentos novos", afirma ele.

Muito aplaudido, ele levanta-se, agradecendo ao público e deixando como mensagem a proposta de muito trabalho pela frente.

Para refletir:

"Toda cultura está num pote de iogurte".
Eliseo Verón

LANÇAMENTOS

Celacom e o lançamento de livros

por Nathalia King

Dia 7 de maio, durante o segundo dia do Celacom, além de todas as palestras e discutidas entre os palestrantes e os alunos, aconteceu no saguão do auditório, o lançamento de livros da área da Comunicação, com a presença de seus autores, dando oportunidade aos alunos de conversarem de perto com os teóricos.

Os livros lançados no Celacom foram os seguintes:

MOVIMENTO

Um debate para todos, mas sem todos
Metade dos alunos da Ecos não compareceram ao encontro

por Fabiana Caldas

Aproximadamente 350 inscritos lotaram o auditório Central da UCPEL os três dias de discussão sobre a Escola Latino-Americana de Comunicação. O Celacom movimentou cerca de 50% dos alunos da Ecos e trouxe mais de cem visitantes a Pelotas.

A Escola de Comunicação Social abriga 514 alunos. A participação foi de certa forma surpreendente, garantindo o sucesso do colóquio. No entanto, dada a importância do encontro, é lastimável que muitos deles não compareceram. A maioria dos alunos perguntados a respeito apontou a falta de dinheiro como um dos principais motivos. Outros decidiram aproveitar os dias para viajar, colocar os trabalhos em ordem ou mesmo descansar, já que as aulas foram suspensas.

No que se refere à questão financeira, o diretor da escola Jairo Sanguiné diz que tudo foi feito para ajudar os alunos. "Estávamos aceitando até cheques pré-datados", afirmou ele. Jairo ainda passou em algumas salas avisando aos alunos interessados em participar que haveria uma flexibilidade no pagamento. Os bolsistas do PROUNI tiveram desconto de 40% na inscrição. “Quem não veio foi porque faltou interesse, na nossa turma nos motivamos para participar. Alguns disseram que não iam entender o colóquio, mas a maioria veio e está sendo muito bom”, disse Ricardo Fabres que é aluno do 1º semestre.

Infelizmente os ausentes, com bons motivos ou não, perderam um importante canal de enriquecimento teórico sobre os rumos da Comunicação Social. Essa foi uma excelente oportunidade para conhecermos grandes nomes da Comunicação, aprofundar nossos conhecimentos e até estabelecer contatos com tais personalidades. Afinal melhor abrirmos todas as portas possíveis para um futuro promissor. Fica a dica para os próximos encontros!

3º DIA

Pensamento Comunicacional Latino Americano: As idéias inovadoras de Eliseo Verón

por Jerusa Michel

Chegamos ao último dia do XI CELACOM e talvez o mais esperado de todos. Grandes autoridades se juntaram para discutir o “Pensamento Comunicacional Latino Americano e as Idéias Inovadoras de Eliseo Verón”, personalidade homenageada do CELACOM 2007.
Argentino, com formação basicamente filosófica e sociológica, Eliseo Verón representa um pensamento inovador em comunicação na América Latina. Caracterizado pelo ecletismo, por atuar em diferentes campos, e pela polêmica por buscar um novo rumo para as ciências sociais e criticar idéias sólidas.

Em seu pensamento, Verón traz a ideologia aplicada à sociologia para a análise da comunicação e, da preocupação pela interpretação ideológica dos meios, passa a buscar uma síntese teórica entre psicanálise, marxismo e lingüística estrutural. Inicialmente estuda a comunicação ligada a fatores políticos e dedica-se ao estudo dos discursos sociais nos meios de comunicação: imprensa, rádio e televisão.

As práticas sociais de diversos tipos, tanto políticas, como religiosas e ocupacionais, têm sido transformadas pelos meios, mas o argentino mostra-se resistente à aceitação da idéia de “poder total” dos meios e prefere enxergá-los como fenômenos em si mesmos. Para o estudioso, a televisão cumpriu nos últimos vinte anos um papel civilizador extraordinário, mas com a crescente fragmentação do público, a era das grandes audiências se acabou. Segundo Verón, um suporte de comunicação não é bom nem ruim. Depende da forma como é utilizado e, com a fragmentação do público, pode-se supor que os meios desempenharão outras funções.

Tão grande pesquisador só poderia ser ter suas idéias abordadas por grandes nomes da comunicação como Antonio Fausto Neto, Elizabeth Gonçalves, Giovandro Marcos Ferreira e Geraldo Nunes que apresentaram de forma brilhante conceitos e idéias sobre o assunto em questão. Como fechamento brilhante do evento, nada melhor do que ouvir o próprio Verón e suas idéias inovadoras.

LEIA TAMÉM:

NOTA

As Relações Publicas nos GT's

por Jerusa Michel

O GT 1, coordenado pelo Prof. Dr. Sadi Sapper e pela Profa. Mestre Margareth Michel, que englobou os trabalhos de Iniciação Científica e pesquisa acadêmica foi bastante concorrido. Na terça-feira os participantes apresentaram seus trabalhos os quais tiveram grandes contribuições do público presente, estendendo-se até as 18 horas. Na quarta-feira os trabalhos apresentados também foram bastante debatidos pelos presentes. Durante as apresentações a ECOS novamente mostrou que seu corpo docente se destaca: uma das participantes - Carla Schneider mestranda da PUC/RS ao apresentar seu trabalho “Relações Públicas e o uso do personagem virtual como interface estratégica de relacionamento com os públicos” fez referência ao painel apresentado pela manhã, presidido pela Profª. Raquel Recuero sobre Gêneros Digitais, tipologia da Internet que contribuiu para a pesquisa da sua dissertação e mencionou que na área de Relações Públicas a bibliografia é escassa e ela só conseguiu dois artigos sendo que o primeiro a ser publicado na área foi produção da Profa. Margareth Michel, na ECOS Revista em 2001.

3º DIA

Mundo Digital toma conta do CELACOM

por Rebeca Recuero

A manhã deste último dia de CELACOM foi focada diretamente no mundo virtual. Grandes nomes de pesquisadores da cibercultura estiveram presentes na terceira mesa redonda do congresso, coordenados pela professora doutora Raquel Recuero da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). O tema que norteou as exposições foi “Gêneros Digitais: tipologias da Internet”.

Abrindo a mesa, o Professor Vinícius Andrade Pereira da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), abordou o fenômeno da cultura midiática da atualidade denominado de “Digital Trash”. Vinícius apresentou a importância da compreensão das novas linguagens midiáticas provenientes da juventude do século XXI que propõem novas formas de comunicação efetiva, exigindo assim, que os profissionais das áreas de publicidade e propaganda e jornalismo adaptem-se ao meio virtual.

Logo após, entrou em cena o professor doutor Alex Primo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que abordou (conjuntamente com uma bela apresentação visual) a Micromídia Digital. Ele apresentou uma nova forma de se compreender o suporte Digital, onde defende que, na mídia digital, há uma busca pela reputação do indivíduo e não pela fama, como é o caso das mídias dos meios de comunicação de massa. Para Alex, o “sentir em conjunto é um fator de socialização”.

O último palestrante, o professor doutor Elias Machado da Universidade federal de Santa Catarina (UFSC), apresentou a importância da pesquisa no jornalismo digital, enfatizando o fenômeno da adaptação dos tradicionais meios de produzir informações dentro do ciberespaço. Ele defendeu que “não é necessário que toda a informação seja remodelada em formas especiais no ciberespaço, pois, se elas existem ainda nas formas tradicionais, é porque alguém as lê.”

Após as exposições, ocorreu o debate entre palestrantes e o público ouvinte, gerando uma produtiva e interessante conversa sobre a cibercultura e a sua situação atual. Por fim, Alex Primo finalizou a mesa dizendo que “a cibercultura não pode ser entendida como o jornalismo tradicional”.

LINKS RELACIONADOS À PESQUISA DO CIBERESPAÇO

ENTREVISTA

Entrevista: alunos dos primeiros semestres

por Rodrigo Guidotti

O blog Celacom-2007 entrevistou 3 alunos dos primeiros semestres do curso de Comunicação Social, a respeito de suas impressões sobre o curso a partir do contato mais direto proporcionado pelo Celacom com teóricos renomados na área. Será que eles pensam diferente agora, ou continuam com as mesmas idéias sobre a pratica e teoria da comunicação?

A resposta em nosso podcast!

ATRATIVOS

Sabor de Café e cheirinho de doce Pelotense no Celacom 2007


por Luiza La-Rocca

Como nem só de palestras e atividades peculiares de um Colóquio Internacional vivem os congressistas, um bom café e um irresistível doce são uma boa pedida. A cafeteria “Café Armazém” e a “Doceria Berola” estão presentes no CELACOM 2007.

Logo no saguão de entrada do auditório central da Universidade Católica de Pelotas encontram-se as duas opções mais doces do celacom. A aceitação dos congressistas é considerada boa. Vânia Danilla que trabalha na Berola estava surpresa, “em cinco minutos esvaziei uma bandeja de doces”.

Os doces da Berola custam R$ 1,25. Os mais vendidos têm sido as tradicionais troxinhas com amendoin, bem-casado e o “famoso” ninho. A empresa também abriu uma loja dentro do campus I da Ucpel que já funciona há um mês.

O Café Armazem está servindo o “pretinho básico”, gratuitamente aos participantes do CELACOM. As atentendentes Oneída e sua filha Pâmela Furtado servem a todos com muita simpatia. No primeiro dia do evento foram servidos 14 litros de café, “seguindo neste ritmo, até o final do evento mais de 30 litros de café serão servidos”, destacou Oneída.

Cafezinho e doce, uma combinação que foi aprovada pelos participantes do CELACOM 2007. “Adoro doce, e café mais ainda, nada melhor para esta noite fria que faz hoje”, complementou o aluno de Jornalismo e congressista José Finkler.

ENTREVISTA

Entrevista: Antônio Carlos Hohlfeldt

"Jornalista não sabe perguntar" diz Antônio Hohlfeldt

por Valério Cabral

O jornalista e professor universitário, Antônio Carlos Hohlfeldt, participou no segundo dia do Celacom 2007, de uma mesa de trabalho onde as idéias de Luiz Betrão e Paulo Freire, relacionadas ao Pensamento Comunicacional Latino Americano, estiveram em pauta. Além do tema proposto, Hohlfeldt ainda respondeu à perguntas do público e destacou que o jornalista deve buscar alternativas no meio onde está inserido, para fazer uma comunicação imparcial.
Bem humorado, em entrevista ao ao blog Celacom-2007, ele ainda disparou contra as universidades de comunicação, que em sua visão, não preparam o jornalista para questões básicas da profissão, como as entrevistas.

Ouça no nosso podcast!

ENTREVISTA

Entrevista: Elizabeth Duarte

por Mariana Duarte

O blog Celacom-2007 conversou com a professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Elizabeth Duarte, sobre a importância da segunda mesa redonda para o contexto geral do colóquio. Ela apresentou o trabalho "Gêneros e formatos na TV".

Confira no nosso podcast!