terça-feira, 8 de maio de 2007

2º DIA

Pensadores da Comunicação debatem as idéias de Freire e Beltrão


por Francisco Lima

No segundo dia de Celacom, a mesa do Colóquio 2 expôs trabalhos referentes ao Pensamento Comunicacional Latino Americano, mais especificamente abordou-se as idéias pioneiras de Luiz Betrão e Paulo Freire. Para essa apresentação estiveram presentes Ana Carolina Temer, Valério Brittos, Antônio Hohfeldt e José Marques de Melo.

ANA TEMER

Logo ao início da apresentação de Ana Temer, da Universidade Federal de Goiânia, a frase de Jorge Gonzaléz: “O mundo não é organizado, mas organizável” explica o seu trabalho “Apontamentos sobre o jornalismo na televisão”. Nesse trabalho, ela observa uma diferença entre o gênero no telejornalismo e no jornalismo impresso, apontando o telejornalismo como um gênero televisivo pela sua inserção na programação – basicamente de entretenimento. A necessidade de distinção explica a existência dos gêneros na classificação e organização de tipos.

Nesse sentido, ela aponta uma contradição no jornalismo para TV, pelo choque entre seu cunho sócio educativo com a sua natureza de espetáculo. O jornalismo enquanto gênero televisivo é visto também como entretenimento. Para sustentar-se o jornalismo precisa vender-se; se ninguém vê, não existe. Em sua apresentação, Tamer justifica a vigência desse formato pela credibilidade construída ao logo de toda história do telejornalismo brasileiro. Ela ainda afirma, que foi a partir dele que analfabetos e pessoas sem acesso ao jornal impresso foram incluídas no processo midiático.

VALÉRIO BRITTOS

Valério Brittos, de maneira mais abrangente, apresentou a “Midiatização, Educação e direito no capitalismo contemporâneo”. Em um primeiro momento ele afirmou a necessidade de se levar em consideração o capitalismo na análise da comunicação. Quanto mais ele avança, maior é a centralidade na comunicação – maior é a verticalização. Por isso é necessária a produção de alternativas para a essa mídia massiva e alienante.

Como obstáculos nesse processo, Brittos aponta a dificuldade de publitização, ou seja, a grande quantidade de filtros que atravancam a produção de sentidos; e as precárias condições de educação, que permitem que os cidadãos sejam mais suscetíveis a alienação.
Também, a midiatização precária contribui nesse processo. Segundo o professor da Unisinos, é necessária uma midiatização mais plena, em que a informação deixe de ser superficial. Em sua opinião, falta um debate da mídia pela própria mídia.

ANTÔNIO HOHLFELDT

De forma complementar a apresentação de Brittos, Antônio Hohlfeldt foi mais específico no que diz respeito aos teóricos em questão: Freire e Beltrão. Apresentou os contextos histórico-culturais semelhantes aos quais esses pensadores estiveram inseridos durante suas vidas, e fez a relação de seus pensamentos, apontando a continuidade e complementação de suas teorias.

Ambos analisam a comunicação de maneira horizontal, onde não há um elemento superior, mas sim, dois sujeitos em pé de igualdade, que trocam experiências. Freire limitava-se a comunicação interpessoal, Beltrão partiu pra comunicação mais grupal, ou massiva. Por isso a complementação entre esses pensadores. Mesmo trabalhando separados, foram coerentes um com o outro em seus pensamentos a respeito da comunicação.

JOSÉ MARQUES DE MELO

Por fim, José Marques de Melo, que foi aluno de Luiz Beltrão e colega de Paulo Freire, encerrou a abordagem sobre o pensamento desses teóricos da comunicação, afirmando sua importância para a comunicação hoje. Em uma fala atraente, contou sobre a influência que sua vida profissional teve devido a Freire e Beltrão, afirmando com entusiasmo: “são pensadores que precisam ser retomados, porque mostram como buscar alternativas para democratizar a comunicação”.

ENTREVISTA

Entrevista: Jairo Sanguiné

por Nathalia King
Foto: Mariana Duarte
Desde o início deste semestre, a Escola de Comunicação Social da UCPel possui um novo diretor: o estimado professor Jairo Sanguiné. Graduado em Comunicação Social pela própria Católica e com mestrado em Desenvolvimento Social pela mesma, Jairo leciona as cadeiras de Redação I e II e Assessoria de Imprensa, além de coordenar o projeto de extensão em Jornalismo Comunitário.

Encarando seu primeiro grande evento na Faculdade, o CELACOM, ele concedeu uma entrevista para a nossa equipe onde conta suas impressões sobre o Colóquio, participação dos alunos, troca de experiências e, o tão esperado 50 anos da ECOS em 2008.

Celacom-2007: Qual a importância de realizar o CELACOM na UCPel aqui na cidade, depois de tanto tempo sendo realizado em São Paulo?

Jairo Sanguiné: Na verdade vai ser um marco na escola de Comunicação este Celacom ter sido realizado aqui em Pelotas, por ser a 1ª vez que ele sai de SP. Então para nós é um honra, um orgulho muito grande fazer isso em função dos 50 anos que a Escola deverá comemorar ano que vem. Assim, é fundamental para os nossos alunos, mais do que qualquer coisa, a proximidade com os teóricos, com os pesquisadores da comunicação que eles terão oportunidade de conhecer de perto aqui.

C-2007: Como primeiro grande evento que tu estás como Diretor da ECOS, qual a expectativa para os resultados do CELACOM?

JS: Primeiramente, eu acho que só o fato da gnt ter conseguido organizar o Celacom aqui já foi uma grande vitória. Segundo, nós estamos no segundo dia e já dá para fazer uma avaliação absolutamente positiva do encontro, pelo nível de participação dos alunos, pela qualidade dos trabalhos apresentados e pelo volume de pessoas que está circulando aqui neste debate. Então pra nós representa o sucesso desse evento.

C-2007: Como um Colóquio internacional, com palestrantes e participantes de toda a América Latina, o que tu esperas dos alunos da ECOS?

JS: Eu estou satisfeito com a participação dos alunos da Ecos. Eles participaram massivamente do encontro, fizeram as inscrições, estão vindo a todas as palestras, estão ficando até o final, comportando-se muito bem, fazendo perguntas pertinentes, dando demonstração aos grandes pesquisadores brasileiros do potencial que nós temos aqui na nossa Escola de Comunicação, o potencial dos nossos alunos.

C-2007: A comunicação na Internet tem sido tema constante de congressos e discussões, inclusive aqui no CELACOM. Como diretor do curso, qual a tua opinião sobre isso?

JS: É um assunto que não tem como não se discutir em qualquer congresso em qualquer encontro de comunicação. A Internet hoje é discutida por toda pessoa que viva ou de alguma forma tenha algum contato, por menor que seja, com alguma atividade da área da comunicação. A Internet é por si só comunicação, é uma ferramenta importante da comunicação, ela é a ferramenta do século XXI. Então não tem como não discutir.

C-2007: Fugindo um pouco do tema, mas reforçando o que tu falasse durante a entrevista, em 2008 a ECOS da Universidade Católica de Pelotas completa 50 anos. Qual o balanço que tu podes fazer do desenvolvimento da Escola que tu vivenciasse?

JS: O que eu posso falar, obviamente dos últimos anos que estou aqui como professor na Ecos e do tempo que passei como aluno até hoje, é que houve uma evolução muito grande. Eu acho que a Escola de Comunicação da Católica acompanhou a própria evolução da comunicação e a própria evolução do mundo. Então, está dentro de um parâmetro absolutamente interessante, condizente com a nossa realidade. Assim, o fato de eu ter acompanhado a evolução, estou bastante satisfeito.

2º DIA

Segundo dia do Celacom é marcado por grandes nomes de comunicadores do Brasil

por Rebeca Recuero

A manhã de terça-feira do XI Colóquio Internacional sobre a Escola Latino Americana de Comunicação (CELACOM) inicou às 9h da manhã com a segunda mesa redonda denominada de “Gêneros Midiáticos: formatos impressos e audiovisuais”, coordenada pelo professor da Pontífice Universidade Católica de Porto Alegre (PUCRS), António Hohlfeldt.

A mesa foi marcada por uma discussão referente a estes formatos jornalísticos que envolvem tanto o meio televisivo, como o meio impresso. Ela foi aberta pelo professor da Universidade Federal de Natal (UFRN), José Carlos Arochi que iniciou falando sobre os gêneros e formatos na televisão. Logo depois, a professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Ana Regina Barros Rêgo Leal, falou sobre os gêneros no jornal impresso.

A segunda mesa redonda do CELACOM também teve como expositora, a professora da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Najara Ferrari Pinheiro, que abordou o tema dos gêneros e formatos na construção de produtos midiáticos. Por fim, ela foi concluída pela professora da Universidade do Vale do Sinos (UNISINOS), Elizabeth Bastos Duarte, que expôs ao público uma visão dos gêneros atuantes na forma de controle dos sentidos.

Pela tarde, o CELACOM centrou-se no campus I da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), onde foram apresentados diversos trabalhos oriundos de iniciação científica e pesquisas acadêmicas produzidas pelos pesquisadores em comunicação social.

Pela noite, o congresso teve a participação do músico Marquinhos Brasil que ofereceu um repertório que alegrou a noite dos congressistas e palestrantes.
A finalização do dia ocorreu com o segundo colóquio do CELACOM que teve como tema o “Pensamento Comunicacional Latino-americano: As ideias pioneiras de Luiz Beltrão e Paulo Freire”, sob a coordenação do professor da UNISINOS, Pedro Gilberto Gomes. O colóquio contou com a participação dos expositores Valério Brito (professor da UNISINOS), Ana Carolina Temer (Universidade Federal de Goiânia) e António Hohlfeldt (PUCRS).

ATRATIVOS

Doces pelotenses chegam no Celacom

por Rebeca Recuero

O XI Colóquio Internacional sobre a Escola Latino Americana de Comunicação (CELACOM) teve um “gostinho bem pelotense” na noite de terça-feira, dia 8.

Ele foi contemplado com a presença da confeitaria Berola que trouxe uma variedade de doces para serem vendidos e apreciados pelos comunicadores participantes do CELACOM.

O estande foi aberto pela tarde, durante a apresentação dos Grupos Temáticos que aconteciam no campus I, e tem a pretensão de permanecer até o final do congresso com a finalidade (além das vendas) de apresentar o famoso doce de Pelotas aos estrangeiros latino-americanos que estão participando do CELACOM.

A confeitaria tem mais de 20 anos e é considerada uma das mais famosas da cidade de Pelotas. O seu nome é uma homenagem a doceira que foi considerada uma das mais famosa da cidade, a Sra. Berolina Luschke Bammann (conhecida como Dona Berola).

Para saber mais sobre os DOCES DE PELOTAS, clique aqui.

INFORMAÇÕES

Comissão organizadora

por Jerusa Michel

Estamos no segundo dia do XI CELACOM e não se falou ainda na equipe organizadora. Pois bem, este texto tem como objetivo nomear os personagens que fizeram este evento acontecer e que estão de parabéns, apesar de possíveis contratempos e algumas falhas. Esse pessoal se dispôs a realizar um evento grandioso, de destaque no cenário acadêmico, trazendo autoridades nacionais e estrangeiras e atraindo olhares para o sul do país. Pelotas nunca teve um evento científico desse porte e a equipe merece todo o reconhecimento.

A comissão organizadora do XI CELACOM tem como coordenador local o professor da Escola de Comunicação Social da Universidade Católica de Pelotas, Antonio Luiz Oliveira Heberlê e como coordenador nacional o professor José Marques de Melo. Coordenando os grupos temáticos estão o professor Sadi Sapper, na área de jornalismo, a professora Elisa Piedras, na área de Publicidade e Propaganda, a professora Margareth Michel na área de Relações Públicas, o professor Marco Medronha na área de Linguagem das mídias, o professor Fábio Cruz na área de Pensamento Comunicacional Latino-Americano, o professor Carlos Leonardo Recuero na área de Gêneros Comunicacionais, o professor Antônio Herbelê na área de Comunicação e Divulgação Científica, o professor Jovino Pizzi na área de Ética e Responsabilidade Social na Mídia, a professora Raquel Recuero na área de Tecnologias da Informação e Comunicação e por fim a professora Ângela Treptow Sapper na área de Comunicação e Educação.

Os demais professores da Escola de Comunicação Social envolvidos na organização do evento são: Jairo Sanguiné Júrnior (diretor da ECOS), Cristina Porciúncula e Michael Abrantes Kerr. Também participam da comissão organizadora os integrantes da Agente - Agência Experimental de Publicidade Fernanda da Costa Morales, o professor Miguel Mishuo Watanabe, Fernanda Bassi, Gabriel Bulcão, Felipe Holman e Zhiago Garcia.

Não esquecendo de personagens que tem um papel fundamental no evento estão os alunos que integram a equipe de apoio Agni Mello Gonçalves, Alessa Silva Rovere, Carolina Simões Silveira, Fábio Marques Belém, Gabriela Torales Coelho, Gabriela da Silva Zago, Gláucia Quintana Cardozo, Bárbara Ávila Krüger, Francisco Pimentel Ifarraguirre, Lara Böhrm Borges, Helem Feris Fonseca, Jandré Corrêa Batista, Solano Ferreira, Thiago Bergmann Araújo, Bianca Gonçalves Leal, Edyd B. Junges, Éder Simões Uria, Lita Medeiros, Mateus Cardozo, Margô Bueno Bendjouya, Mariângela Fonseca da Paz e Viviane Matarredonda.

Com certeza, a partir da iniciativa dessas pessoas, Pelotas pode sediar esse importante evento e entrar no mapa acadêmico nacional. A eles o nosso agradecimento por essa oportunidade.

ATRATIVOS

Atração cultural aquece o Celacom 2007
Show de Marquinhos Brasil antecede colóquio 2

por Fabiana Caldas

O cantor e compositor Marquinhos Brasil animou os congressistas na noite de ontem (terça-feira) com músicas de autoria própria a clássicos da MPB. “Eu me sinto honrado”, vibrou ele, que acredita que espaço em eventos como estes é que valorizam a música brasileira.

Apesar da pequena participação no começo da noite, Marquinhos reteve a atenção de um público especial. “Eu não estava tocando para qualquer público, é uma questão de nível social e cultural. E o mais importante é que eu senti essas pessoas prestando atenção na minha proposta”.

Marquinho, além de mestre de capoeira, é um defensor da música como arte, como liberdade de expressão e não como comércio e objeto de lucro. Mais do que momentos de descontração, o show foi um encontro de música de qualidade com um público de qualidade. Assista aqui.

Veja também o clipe da música Com as próprias mãos de autoria de Marquinhos Brasil.


"Clipe de Com as Próprias Mãos"



Apresentação no Celacom

NOTA

Celacom 2008

por Fabiana Caldas

O Celacom 2008 ainda não tem data nem local confirmados, mas segundo um dos organizadores da Cátedra Unesco, José Marques de Melo, a grande probabilidade é de que o colóquio aconteça novamente na Universidade Metodista de São Paulo, em São Bernardo dos Campos. "O Celacom vai voltar para o berço", disse ele. O encontro acontece sempre no primeiro semestre, a previsão é para os meses maio ou junho. O tema também não foi definido.

2º DIA - GT's

Pesquisas acadêmicas estão em ênfase no Celacom 2007

por Rebeca Recuero

O XI Colóquio Internacional sobre a Escola Latino Americana de Comunicação (CELACOM) pôde contar com um grande número de participantes dos Grupos temáticos (GT’s) nesta tarde de terça-feira (segundo dia do congresso).

Os grupos temáticos foram divididos em quatro salas onde diversos alunos de graduação, pós-graduação e pesquisadores puderam compartilhar idéias e colocar questões referentes à atualidade do jornalismo em pauta.

Dentro do Grupo temático 4, denominado de “Géneros Comunicacionais: Formatos e Tipos Latino-Americanos”, tivemos as pesquisas de iniciação científica dos alunos de Jornalismo da Escola de Comunicação Social (ECOS) da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Rafael Varela e Rebeca Recuero. Ambos apresentaram trabalhos com o tema central voltado ao estudo das redes sociais sob a orientação da professora da ECOS, Raquel Recuero.

Dentro do GT 4, tiveram mais 10 pós-graduandos e pesquisadores já formados apresentando trabalhos de pesquisas acadêmicas envolvendo temas desde “a moda dos blogs e a sua influência na cibercultura" (apresentado pela mestranda da Universidade do Tuitui do Paraná, Aletéia Ferreira Vasconcellos), ao “gênero como mediação entre produtores, texto e consumidores de programas de televisão” (apresentado pelo professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Fernando Arteche Hamilton).

Devido ao grande número de participantes inscritos no GT 4, o grupo foi dividido em duas salas, das quais tiveram a coordenação de dois professores da ECOS da UCPel, Carlos Recuero e Fábio Cruz. Os outros GT’s também tiveram a expectativa superada pela grande participação do público participante do CELACOM.

ENTREVISTA

Entrevista: AnaMaria Fadul

por Carolina Graziadei

Entrevista com Anamaria Fadul, professora titular da Universidade Metodista de São Paulo e Presidente do Conselho Curador da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, falando sobre o descuido que os cursos de Comunicação Social têm com relação aos fenômenos televisivos da atualidade.

Confira em nosso podcast!

ENTREVISTA

Entrevista: José Marques de Melo

por Valério Cabral

O professor doutor José Marques de Melo, t itular da Cátedra da UNESCO para Comunicação e coordenador geral do Celacom, participou de uma mesa redonda na abertura do evento no auditório do Campus I, ontem à noite. Ele falou sobre o desenvolvimento e as diferenças da comunicação na América Latina em relação a outros continentes. Em uma entrevista ao blog Celacom-2007, Melo destacou, dentre outros assuntos, a importância do Celacom 2007 na cidade de Pelotas e fez ainda uma breve avaliação dos cursos de Comunicação Social do País.

Ouça no nosso podcast!

Conheça um pouco da história do professor José Marques de Melo aqui!

ENTREVISTA

Entrevista: Antônio Heberlê

por Francisco Lima

Nossa equipe entrevistou o professor do curso de Comunicação Social da Universidade Católica de Pelotas, e também um dos organizadores do Celacom deste ano, Antônio Heberlê. Ele nos falou sobre a idéia de trazer o Celacom à cidade, e também fez uma breve fala sobre as impressões do primeiro dia do envento.

Confira no nosso podcast!

EXPOSIÇÃO

Celacom conta com exposição de fotos de alunos da UCPel

por Rebeca Recuero
Fotos: Paulo Azambuja
Coordenada pelo professor de fotografia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Carlos Recuero, a exposição de fotos denominada de “A Ilha dos Marinheiros” está em amostra até o final do XI Colóquio Internacional sobre a Escola Latino Americana de Comunicação (CELACOM) no hall de entrada do campus II. Ela conta com mais de 100 fotos oriundas de alunos que fazem parte do projeto fotográfico “Ilha dos Marinheiros”.

O trabalho tem o objetivo de mostrar a visão dos alunos, através de imagens, da vida dos moradores da Ilha dos Marinheiros, que está situada no município de Rio Grande. O projeto busca permitir que o acadêmico de comunicação social possa buscar a compreensão do processo de comunicação (por meio de imagens) das comunidades que ainda não sofreram a influência total dos processos de globalização, como é o caso da Ilha dos Marinheiros.,

“Atualmente, o projeto conta com uma média de 30 alunos que se reúnem semanalmente para discutir os métodos antropológicos e fotográficos que serão utilizados quando forem na Ilha para fotografar a história das pessoas que ali habitam”, disse o coordenador do grupo e da amostra, professor Carlos Recuero.

O projeto funciona desde 1999 e partiu de um trabalho realizado por alunos da Escola de Comunicação Social (ECOS) da UCPel que começaram a interessar-se pela comunidade da Ilha dos Marinheiros, após a visita (de um deles) ao local. Assim, foi levada a proposta de iniciar-se uma pesquisa fotoetnográfica da região que foi, então, abraçada pela ECOS sob coordenação do professor Recuero.

NOTA

Resquícios do caos aéreo no país atrapalharam o primeiro dia do Ceolóquio

por Fabiana Caldas

José Marques de Melo da Cátedra da Unesco (SP) não pôde coordenar a primeira mesa redonda da programação devido a um atraso no vôo. Marques de Melo foi muito bem substituído por Maria Cristina Gobbi também da Cátedra da Unesco.

Outro transtorno foi a ausência do professor César Bolaño da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que também se deu em função dos problemas no céu brasileiro.

HOMENAGEM

Reitor homenageia aluna integrante da cobertura especial do Celacom

por Fabiana Caldas

Na palestra de abertura do Celacom 2007, o reitor Alencar Proença em seu discurso de agradecimento, homenageia alunos da Escola de Comunicação Social e escolhe a repórter desta equipe, Carolina Graziadei, como representante da homenagem.

Carol fez recentemente uma entrevista com Alencar sobre o posicionamento da reitoria frente ao Colóquio e também sempre foi muito ligada aos projetos da universidade, como o Chegue mais Perto. Mesmo assim ficou muito surpresa. “Eu não imaginava que isso aconteceria, levei um susto, mas adorei o reconhecimento. Preciso agradecer a ele”, disse ela.

O diretor da Escola de Comunicação Social, Jairo Sanguiné, que estava ao lado do reitor na mesa, também se surpreendeu com a atitude do magnífico. Jairo ficou orgulhoso da aluna,“essa é a nossa Carol”, brincou ele. Além do diretor outros professores e colegas a parabenizaram por ter sido lembrada pelo reitor. Nós da equipe de cobertura do Celacom ficamos felizes em ter a Carol no nosso time. Parabéns!

2º DIA - MESA REDONDA 2

Café da manhã com muitas idéias nessa terça-feira
Mesa Redonda 2 propõe importantes reflexões sobre generos midiáticos

por Fabiana Caldas

Apesar dos 40 minutos de atraso, o debate da manhã de hoje apresentou novas idéias no campo dos gêneros midiáticos nos formatos impressos e audiovisuais. A mesa sob a coordenação de Antônio Hohfeldt (PUC/RS) contou com a presença dos expositores José Carlos Aronchi (UFRN - Natal), Ana Regina Barro Rêgo Leal (UFPI - Teresina), Najara Ferrari Pinheiro (UCS - Caxias do Sul) e Elizabeth Bastos Duarte (UFSM - Santa Maria).

A partir do ponto de vista da produção, Aronchi se deteve à mídia televisiva, suas funções e anseios. Apresentou a necessidade de adequar o gênero ao formato (vice-versa) e ambos a grade de horários, programação. Os bastidores ganharam destaque, apontados como parte fundamental da mensagem que se deseja transmitir. “O jornalista que só pensa naquilo (informação) é diferente do produtor, que precisa pensar em tudo”, disse ele em tom divertido.

A segunda palestrante da manhã, Ana Regina, aprofundou-se nos gêneros impressos, através de uma análise dos diversos autores e suas respectivas classificações do texto jornalístico e de um estudo de discurso de alguns importantes jornais e revistas nacionais. A expositora falou ainda da dificuldade de conciliar a produção de informação com as estratégicas mercadológicas, que muitas vezes obrigam os jornalistas a fazerem certas concessões. “O interesse público é diferente do interesse do público”, problematizou ela com seu sotaque do norte do país.

Já a gaúcha da área das Letras, Najara Pinheiro, desconstruiu o texto televisivo no universo feminino e apontou a importância da linguagem verbal e não-verbal na TV. Essa diferenciação assume o tom da mensagem que a emissora quer passar.

E por fim, a semioticista Elizabeth Duarte buscou uma maior aproximação dos gêneros com o mercado. “Gêneros além de guias de produção, são também guias de leitura e uma forma de controle dos sentidos”, explicou ela. O merchandising ganhou espaço na explanação, uma vez que segundo ela, já faz parte da estrutura narrativa dos programas, bem como todas as questões que seguem as lógicas de mercado. “A TV funda seus próprios gêneros, de acordo com as audiências”, completou.

LANÇAMENTO

José Carlos Aronchi de Souza lança hoje às 18h os livros “Gêneros e formatos na televisão brasileira” e “Seja o primeiro a saber – a CNN e a globalização da informação”. O lançamento acontece no saguão do auditório central da UCPel. As obras serão distribuídas pela Livraria UCPel – Educat.

LEITURA

Fotos: Nathalia King
Livros também são atrativos do Celacom

por Nathalia King

Entre todas as palestras, grupos de trabalhos e discussões do CELACOM 2007 existe outro atrativo para todos os participantes que passam pelo saguão do auditório: as livrarias Inay Livros e a São José.

Com o objetivo de vender livros voltados para a Comunicação e para os temas do evento (Comunicação na América Latina), Jorge Menezes, vendedor da Inay Livros, conta que os mais vendidos até então são: “Diversidade Cultural e Mundialização” de Armand Mattelart; “As estratégias sensíveis” de Muniz Sodré e “Pensamento Comunicacional latino americano”, da palestrante do evento Maria Cristina Gobbi.

De acordo com ele, no 1º dia de vendas no CELACOM, a média ficou abaixo da esperada, pois muitas pessoas deixam os livros reservados para retirar perto do final do evento. “Mas, a nossa expectativa de vendas até quarta feira é de regular a boa”, disse o vendedor.

Diferentemente da Inay Livros, a Livraria São José levou para o evento livros diretamente ligados com Comunicação e, de acordo com o vendedor Gabriel da Costa, a maior procura tem sido por livros sobre mídia e tecnologia, além das teorias do jornalismo.

A média de vendas da São José no 1º dia foi de aproximadamente R$ 500,00, o que, para Gabriel é baixo. “Esperamos que até o fim do evento a gente chegue aos R$ 3,000. Acredito que será possível, pois, somente hoje de manhã já chegamos ao valor do dia de ontem e, geralmente o último dia é sempre o melhor”.

CONTATO

Mesmo compartilhando o espaço no mesmo evento, as duas livrarias chegaram até o CELACOM de maneiras completamente diferentes. Durante o Intercom em Brasília, ano passado, a Inay Livros - participante há muitos anos do Colóquio em São Paulo -, manteve contato com os organizadores do evento aqui na cidade através do e-mail, para que assim, participassem também da edição no Rio Grande do Sul.

Já a Livraria São José, os responsáveis entraram no site da UCPel e descobriram o evento, entrando assim em contato com a comissão. Pois, de acordo com o vendedor, a loja está sempre procurando trabalhar em eventos voltados para a educação.

DESCONTOS E PROMOÇÕES

Na Inay Livros, você encontra as seguintes vantagens: livros com preço mais baixo e com um prazo maior, de até 60 dias, ficando melhor tanto para o professor como para o aluno.

Na Livraria São José, os professores possuem 10% de desconto e existem diversas facilidades de pagamento como cartão e cheque, tudo a 30 dias e sem juros.

LANÇAMENTO

E hoje, confiram a partir das 18 horas no saguão do auditório Jandir Zanotelli, o lançamento de diversos livros sobre Comunicação com a presença de seus autores. Confiram!

1º DIA - MESA REDONDA 1

Mesa Redonda 1 discute o pensamento comunicacional na América Latina

por Carolina Graziadei

Após a conferência da profª. Anamaria Fadul com o tema “Gêneros na Televisão Brasileira”, teve início, a 1° mesa redonda do CELACOM 2007. Ao todo serão três, distribuídas uma a cada dia do evento. Nesta, a coordenadora dos trabalhos foi a profª. Maria Cristina Gobbi, que substituiu o coordenador José Marques de Melo, que por motivo do atraso do vôo que o traria até Porto Alegre, não chegou a tempo do início dos trabalhos.
Foto: Carolina Graziadei
Os outros componentes da mesa foram o jornalista natural de Portugal e professor titular da Escola de Comunicação e Arte da Universidade de São Paulo (ECA-USP), Manuel Carlos Chaparro; o jornalista e professor doutor da faculdade de Comunicação da Faculdade Federal da Paraíba (UFPB), Wellington Pereira; o professor da Universidade Regional de Blumenau/SC (FURB), Clóvis Reis e a professora doutora de Inglês e Lingüística Aplicada da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM – RS), Désirée Motta Roth.

As apresentações começaram pelo jornalista lusitano que abriu a mesa falando que “a notícia é a socialização do discurso do fato” e mantém o discurso que os jornalistas não podem apenas relatar as coisas ou os fatos, mas estes necessitam ter significados para os leitores. Bem à vontade durante sua palestra, Chaparro a encerra com uma frase de impacto: “O sucesso de uma boa reportagem deve ser imediato, pois o jornal de hoje, vai para o lixo amanhã”.
Foto: Carol Graziadei
Em seguida, o paraibano segue a linha de Chaparro e diz que “não há uma unidade narrativa no jornalismo” e que os jornalistas do século XXI estão fora de contexto, pois não conseguem narrar os acontecimentos pelo mau uso da linguagem. Defende o discurso do jornalismo impresso e afirma que é possível se passar às informações de diversas formas, porém se contrapõe ao dizer que “o jornalista não percebe e trata o leitor como senso comum. O jornalismo escrito perdeu seu brilho”, diz Pereira.

Logo após o prof. Clovis Reis ministrou a palestra “O formato do anúncio publicitário no rádio”, esta que tem o mesmo título de sua tese defendida na conclusão de seu doutorado na Universidade de Navarra, na Espanha. "Eu quero que as pessoas pensem sobre esse tema. São poucas as publicações de materiais sobre publicidade no rádio, que é um veículo de grande penetração social", disse Reis.

Por fim, a profª. Désirée Motta-Roth encerra a primeira mesa falando sobre gêneros, abordando as colônias de gênero.

DESTAQUE

Jornais Comunitários da Ecos são destaque no Celacom

Fotos: Carolina Graziadei


por Carolina Graziadei
Foto: Carolina Graziadei
Dentre as diversas atividades que os alunos da Escola de Comunicação Social (ECOS) atuam, alguns projetos se destacam pelo seu alcance e, principalmente, pelo seu desempenho de cunho social. Há quase sete anos, o professor titular e atual diretor da ECOS, Jairo Sanguiné Jr, desenvolveu dois projetos extra-classe para os alunos de redação que consistia em produzir dois jornais comunitários de localidades carentes de Pelotas, para pôr em prática o exercício de produção textual, ter contato com a população local e o mais importante, desempenhar a verdadeira função do jornalismo, que é a ser “a voz” da comunidade.

Os projetos foram ganhando força e passaram a andar sozinhos. Hoje, a colônia de pescadores da Z-3 e a Vila Princesa, contam com duas equipes de alunos que, mensalmente, levam até suas casas os jornais “O Pescador” e “Folha da Princesa”, respectivamente.

PARTICIPAÇÃO NO CELACOM

Pela importância do evento, Sanguiné Jr., que é o editor-chefe dos dois jornais, teve a iniciativa de trazê-los até a comunidade acadêmica de fora da cidade para terem conhecimento do trabalho realizado pelos alunos de jornalismo da UCPel. “São projetos que necessitam de visibilidade e como o congresso é uma troca de idéias, esta é uma experiência muito rica desenvolvida pela escola de comunicação e que não poderia estar de fora”, diz o coordenador. Além disso, os alunos que produzem os jornais estão presentes no evento, fazendo a distribuição e apresentando-o para os que ainda não os conhecem e “os pesquisadores estão muito interessados nos mesmos”, afirma Sanguiné, com orgulho.